Danny Brown Aston Villains - Entrevista do blog "Low Profiler 16"

The C-Crew
Villa bootboys..

Aqui se faz a recuperação de um post lançado há uns mesitos, da entrevista a Danny Brown da C-Crew do Aston Villa.
Aconselho uma consulta ao seu site pessoal: http://www.blackdanny.co.uk

Danny Brown Aston Villains - Entrevista do blog "Low Profiler 16"

O livro «ViLLAiNS» relata a vivência de Danny Brown aka Black Danny enquanto frontman da C-CREW, a famosa firma do Aston Villa, já extinta.
É de leitura aconselhada, segundo diversas fontes.

Entretanto Black Danny deu uma pequena entrevista exclusiva ao LP16, para os leitores portugueses.
Espero que a entrevista seja do vosso agrado.

Para mais infos chekem o site http://www.blackdanny.co.uk

1- Qual foi o embrião que deu origem à formação da C-CREW? Eram todos originários dos mesmos subúrbios operários de Birmingham?

A C-CREW era um grupo multi-racial que agrupou jovens de todas as cores, credos e classes, de diferentes áreas de Birmingham, unidos sob uma bandeira.

2-Primeiro a C-CREW, depois ViLLA YOUTH. Quando e Porquê? Consegues definir o início e o fim da tua actividade na firma?

Aston Villa C-CREW era o primeiro grupo/firm multi-racial de Inglaterra. Isto era durante o final dos anos 70, na época 2 Tone e através dos anos 80, quando o hooliganismo estava no seu auge. Nós confrontámo-nos com as mais violentas "mobs" que havia.

O nosso mote era o confronto directo, as "missões" era atacar de rompante e vencê-los por todos os meios necessários.

Fomos em viagens amotinadas pela Europa fora, lutámos em estações de serviço, clubes nocturnos, tivemos acesas lutas com rivais pelas Midlands e não só..

A fasquia tornou-se demasiado alta para me meter em sarilhos nos anos 90, qualquer homem deve saber ver os seus limites.

Com a minha família eu tenho um sério propósito na vida além do futebol, embora uma nova firma tenha pegado no testemunho: a ViLLA YOUTH. Hoje em dia eu penso que à ViLLA YOUTH fazia falta a presença da rapaziada mais velha e não eram bem como a C-CREW, onde tínhamos uma boa "linha da frente". Contudo eles (VY) eram rapazes à altura do desafio.

3- Era uma firma tradicionalmente multi-racial. Tiveram problemas com grupos racistas/fascistas?

O Birmingham City football Club sempre teve um lote de "boneheads" nos seus gangs, e depois de 2 bares em Birmingham serem atacados pelo IRA no início anos 70, a cidade tornou-se um centro de recrutamento para a National front. Todas as vezes que a national Front marchava na nossa cidade a C-CREW confrontava-se com eles.

Eles até tinham um cartão de visita com os dizeres “Nigger Danny wanted Dead or Alive" colado nas ruas de Birmingham.

Podes não acreditar, mas não era problema para mim. Eu adorava a "atenção"..

4- Infelizmente ainda não pude adquirir e ler o teu livro. Podias descrever a tua visita a Portugal, como um "apetiser" para os leitores portugueses?

O livro "Villains é de muito boa leitura e até tem um "capítulo português", o qual conta a aventura do nosso "notório" encontro com o Vitória de Guimarães nos anos 80. Este capítulo leva-nos via Lisboa, Estoril e Porto...

5- Qual era a banda sonora da C-CREW, que tipo de bandas costumavam ouvir?

Ska, Reggae, Bob Marley, The Clash, The Jam, Toots and the Maytals, The Specials, The Beat.

6-Consegues ver algumas repercussões desses tempos no actual movimento de supporters do Aston Villa?

Como o vês actualmente?

A violência no futebol a nível nacional caíu muito desde a introdução do "Football Spectators Act". A violência no futebol hoje não tem nada a ver com os circos dos 70`s e 80´s, imagens de fans a correr pelos campos fora e a armarem o caos nas ruas circundantes era um evento semanal nessa altura.

Algumas coisas que ocorreram seriam hoje classificadas como um verdadeiros Motins. A polícia erradicou quase totalmente esses problemas, forçando os hooligans a terem essas batalhas noutro lado qualquer, longe dos estádios.

Eu nem acredito quão exagerada é retratada a violência no futebol hoje em dia, e os Media só deitam "lenha para a fogueira" misturando alguns incidentes de ordem social com os jogos da bola.

Nunca me hei-de ver livre da minha reputação, mas mesmo assim não fui condenado por nada há mais de 15 anos e será justo dizer que tenho o cadastro limpo...